Recebi por e-mail, de minha amiga Nadsa Gurgel:
O polvo da conquista
Fernando Barroso
Dois temas, atualmente, estão na pauta do dia dos ambientalistas no que se refere à proteção dos recursos marinhos, ameaçados pelas mudanças climáticas e pela pesca predatória: a necessidade de mudanças na gestão pesqueira, visando a priorizar o ecossistema no lugar da espécie alvo; e a melhoria da qualidade de vida do pescador artesanal e de seu grupo familiar, através do desenvolvimento sustentável da exploração do conjunto dos recursos naturais onde ele atua.
A pesca é considerada uma das mais antigas e mais importantes atividades extrativistas do homem no litoral brasileiro. A despeito disso, as políticas para o setor pesqueiro sempre foram focadas na pesca industrial, em detrimento da importante participação da pesca artesanal em toneladas de nosso pescado, do grande contingente humano que vive dessa atividade e da captura diversificada.
Fartamente encontrado nos litorais cearense, o polvo é um cefalópede, molusco da mais alta estirpe, iguaria apreciado na cozinha universal, especialmente no Japão e nos países do Mediterrâneo. Seus oito tentáculos já eram descritos na grande enciclopédia do mundo antigo, a História Naturalis de Plínio (Caius Plinius Secundos - 23/4-79), estando entre os mais antigos habitantes do mar.
O Projeto Polvo Nordeste, do Instituto de Ciência do Mar – Labomar, da Universidade Federal do Ceará – UFC, desenvolveu o programa Como Pescar o Polvo, criando a figura simpática do Professor Octopus, com vídeos animados visando a pesca responsável e a valorização da qualidade na cadeia de frio necessária para manutenção do melhor molusco. Ou seja, o insumo qualificado.
Já foi dito que o Ceará cresceu do interior para o mar e talvez por isso não tenhamos absorvido, ainda, algumas maravilhas do mar como o polvo, que tem no habitat da lagosta seu paraíso. Nesse prato, dois polvos são cozidos previamente e acompanhados com arroz preparado no caldo resultante do cozimento do molusco, polpa de coco, tomate, lascas de um polvo e o outro, servido inteiro. É a conquista do polvo pela gastronomia cearense.
Os Ingredientes
> 2 litros de água potável;
> 1 talo de salsão
> 200 ml de vinho branco seco
> Ajinomoto;
> 40 ml de azeite 40 ml;
> Caldo do cozimento do polvo;
> Polvo – 2 unidades com 1,200 kg;
> Salsinha picada; > 200 g de tomate pelado;
> 200g de polpa de coco;
> 7 dentes de alho picado;
> Pimenta dedo de moça;
> 300g de cebola picada;
> 250g de arroz; >
Pimenta e sal.
O Preparo
Levar ao fogo, numa panela de pressão, os 2 polvos, 3 dentes de alho, 100g de cebola, 2 litros de água, talo de salsão e 200 ml de vinho branco por 20 minutos. Passar numa peneira o caldo do cozimento. Reservar. Levar à fervura o caldo do cozimento reservado. Numa outra panela, dourar no azeite 2 dentes de alho e 100g de cebola, acrescentar o arroz, 100 gramas de polpa de coco, pimenta dedo de moça e 100g de tomate pelado, refogar. Adicionar, então, o caldo e cozinhar por 15 minutos. Efetuar a correção de sal, pimenta e ajinomoto. Cortar em lascas um polvo, manter o outro inteiro; numa frigideira dourar no azeite os outros 2 dentes de alho, a cebola, o tomate pelado e a polpa de coco restantes, refogar e agregar o polvo em lascas e o inteiro, corrigir sal, pimenta e ajinomoto, montar o prato com o polvo inteiro ao centro e o arroz com as lascas de polvo. Polvilhar com a salsinha.
Serve quatro porções.
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