O ditador da moda
Por Washington Araújo, Observatório da Imprensa.
O Jornal Nacional chega aos 40 anos campeão de audiência no horário nobre da televisão brasileira e continua sendo visto com suspeição por parcela significativa dos que se ocupam a fazer a crítica da mídia. A suspeição vem sempre embasada pelo relato de três momentos de sua trajetória: as ligações de Roberto Marinho (1904-2003) com próceres do regime militar (1964-1985); o caso Proconsult e a tentativa de fraude para surrupiar a eleição de Leonel Brizola ao governo do Rio de Janeiro em 1982 (ver "A Globo e a Proconsult"); e a edição do debate entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, francamente favorecendo o político alagoano. Nos últimos 40 anos, muito papel e tinta foram gastos tratando desses três episódios. Nas universidades não faltam dissertações e teses abordando um ou outro tema. Mas é para sustentar qualquer contrariedade contra a política editorial das Organizações Globo que os temas voltam à ordem do dia.
Há alguns anos li texto do jornalista Ali Kamel neste Observatório com o título "Globo sobre o caso Proconsult" (29/6/2004). Kamel, atual diretor responsável pela Central Globo de Jornalismo, chega a elencar nada menos de 22 tópicos em defesa do conglomerado de comunicação. Para quem tinha tão somente 20 anos de idade à época do caso Proconsult não deixa de ser uma robusta defesa que, aos pouco informados, poderia até supor que Kamel testemunhara os fatos por ele narrados com grande riqueza de detalhes. É como se ele fosse testemunha ocular de toda a história e uma testemunha posicionada em posição estratégica de comando similar à que atualmente exerce.
Entendo que o assunto está ainda longe de ser esclarecido porque suscita paixões e está permeado pelo viés ideológico tão característico do Brasil naqueles anos finais da ditadura militar iniciada em 1º de abril de 1964.
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