Os escândalos envolvendo as cotas parlamentares tiram o sono até do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que também teve seu nome citado na farra das passagens. Mas também não é pra menos:
Só na primeira semana deste mês, os deputados do Rio Arnaldo Vianna (PDT) e Alexandre Santos (PMDB) gastaram de uma só vez, cada um, R$ 4.500 em gasolina, pagos com recursos públicos. Isso é exatamente o limite de 30% dos R$ 15 mil mensais da verba indenizatória, considerando o valor anual de R$ 180 mil. Vianna adquiriu no Posto Líder, em Campos dos Goytacazes, combustível suficiente para encher o tanque de um Vectra aproximadamente 33 vezes, ou 44 vezes se o veículo for a álcool. Santos gastou os R$ 4.500 em gasolina no Posto Progresso, no Centro de Itaboraí.
Apesar de no início do mês o primeiro secretário da Câmara, Rafael Guerra (PSDB-MG), ter anunciado aos parlamentares proibição do pedido de ressarcimento de gastos com alimentação em Brasília, o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) comeu sushi na Asa Sul e enviou a conta para a Casa. No Rio, ele vai à Capricciosa de Copacabana por conta da Câmara. Dr. Adilson Soares (PR) mandou a conta do Giraffas do Setor de Clubes, e Vinicius de Carvalho (PTdoB) enviou a da churrascaria Porcão. Eduardo Lopes (PSB) usa a verba para pagar padaria e o restaurante a quilo do Congresso. A deputada Marina Maggessi (PPS) aproveita a proximidade do seu gabinete na Barra com o Botequim Informal, o Ponto da Barra e o Sushi Jardim Oceânico para gastar a verba. Os gastos com assinatura de TV de Geraldo Pudim (PMDB), Neilton Mulim (PR), Solange Amaral (DEM) e Edmilson Valentim (PCdoB) também são custeados, a R$ 800 o grupo, por mês. Fora do Rio, vale ressaltar o gasto de R$ 26 mil — só em abril — de Aníbal Gomes (PMDB-SE), Marcelo Serafim (PSB-AM) e Carlos Bezerra (PMDB-MT) com aluguel de jatinhos. Os deputados do Rio foram procurados por O DIA, mas não retornaram as ligações.
Ontem, em pleno feriado, Michel Temer se reuniu com líderes partidários e deve anunciar em alguns dias o fim da verba indenizatória, pois não consegue moralizar os gastos.
Uma das mais "inteligentes" soluções encontradas, foi a de incorporar parte da verba indenizatória e aumentar o salário dos deputados de R$ 16 mil para R$ 24 mil — teto do Poder Judiciário.
Leia tudo aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário