segunda-feira, abril 20, 2009

Triste sina

Imagem da obra "Tiradentes esquartejado", de Pedro Américo (1893)

Por Cláudio Lembo

Os acontecimentos históricos já não merecem registros. Passam como meros feriados. Longos dias de descanso. Nada mais. Nenhuma reflexão. Já não importam. Criou-se uma cultura da indiferença.

A massa de informações e a massiva presença de notícias vindas de todas as partes relegam o passado ao mero esquecimento. Não é bom. As experiências de ontem podem ser úteis nos dias contemporâneos.

Vive-se o grande feriado de 21 de Abril, data comemorativa da morte de José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, um simples alferes. Uma figura popular emblemática.

Vivia sua existência pacata lá pelas terras das Gerais. Nunca foi promovido. Ao contrário, preterido por quatro vezes em sua intenção de subir na carreira militar.

Extraía ou renovava dentes. Elaborava próteses com dentes de ossos ou de madeira. Não era um desclassificado. Não pertencia, contudo, a elite da colônia.

Envolveu-se, porém, com figuras relevantes e notáveis das Minas Gerais. Um grupo de intelectuais refinados. Possuíam bibliotecas de qualidade. Debatiam acontecimentos longínquos.
Conheciam a Revolução Americana. Desejavam tê-la como parâmetro. A liberdade era objetivo comum. Ainda que suportada na visão da conquista de uma anistia geral.

O quinto do ouro sufocava os ricos. Estes imaginavam a possibilidade de se verem livres do pesado tributo. Os filhos, vindos de estudos em Coimbra e Londres, divulgavam as excelências da revolução industrial.

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