As fitas originais com as imagens da Apollo-11, primeira missão tripulada à Lua, perderam-se para sempre, afirmou a Nasa na quinta-feira (16).
Em entrevista coletiva marcada para divulgar uma versão restaurada de imagens feitas a partir de uma transmissão televisiva, em 20 de julho de 1969, a agência espacial reconheceu que as fitas que registraram diretamente a alunissagem foram apagadas sem querer para que fossem reutilizadas.
Ontem, no aniversário de 40 anos da partida de Michael Collins, Edwin "Buzz" Aldrin e Neil Armstrong para a Lua, a Nasa apresentou apenas alguns trechos da restauração. O trabalho completo será divulgado somente em setembro.
Mesmo com melhorias, as imagens de segunda mão ainda têm manchas e com chuviscos. O trabalho está sendo feito em parceria com uma empresa de restauração de Hollywood. Uma pequena amostra dos vídeos pode ser vista no
site da Nasa.
Esta foi a primeira vez que a agência espacial americana admitiu que não tem mais como recuperar as fitas originais. Em 2006, a Nasa reconhecera que havia perdido o material, mas afirmava ainda ter esperança de recuperá-lo.
Foi só agora, em 2009, que Richard Nafzger, engenheiro da Nasa, descobriu onde elas foram parar: estavam em um estoque de 200 mil fitas que foram apagadas e reutilizadas nos anos 1970 e 1980 para economizar dinheiro.
Essas fitas foram utilizadas para gravar missões posteriores ou até para registrar dados eletrônicos de satélites (telemetria). Ou seja, as imagens que impressionaram o mundo inteiro podem ter sido substituídas por código binário.
Segundo Nafzger, havia pouco interesse sobre as fitas na época porque o objetivo maior do governo dos EUA para efeito de propaganda era a transmissão ao vivo.
As cópias dos vídeos sobre as quais a nova restauração foi feita foram tiradas dos arquivos da rede de TV CBS e do acervo da própria Nasa: alguém havia apontado uma filmadora para as telas que exibiam as transmissões originais e guardado algumas das fitas.
A Nasa acredita que as fitas originais poderiam conter dados digitais enviados da Lua. Eles poderiam se converter em imagens com definição muito melhor do pouso da Apollo-11 do que aquelas que foram transmitidas pela TV em 20 de julho de 1969, quando Armstrong e Aldrin se tornaram os primeiros humanos a pisar em um outro corpo celeste.