Por Mirian Leitão:
A frase “a vaga podia ser nossa”, dita pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney, na gravação da Polícia Federal, é um flagrante do pior lado da política brasileira. Uma doença chamada patrimonialismo, que significa tratar o bem público como se fosse propriedade privada, como se pertencesse pessoalmente ao político e à sua família.
É assustador. Nada é normal nesse diálogo que nós ouvimos entre Fernando Sarney e Maria Beatriz Sarney, que pede ao pai um emprego para o namorado no Senado. Se os políticos estão aceitando isso como normal, eles estão errados. Um político deve ocupar espaço, mas para influir nas políticas públicas, e não para dependurar parentes de geração em geração nos cargos públicos.
Essa confusão entre o público e o privado é histórica, mas ficou mais escancarada nesta base parlamentar. É um vício que se mantém e, pior, que está se agravando nos últimos anos.
É Mirian, a coisa está ficando bem pior e nós aceitamos a tudo calados e impassivos, como se nada pudéssemos fazer. Ora, só nós podemos fazer!
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