quarta-feira, janeiro 21, 2009

Gaza: Os ocultos motivos da retirada

Imagem: AFP

Por Wálter Fanganiello Maierovitch:

O 27 de janeiro foi eleito pelas Nações Unidas como o “Dia Internacional de Comemoração Anual em Memória das vítimas do Holocausto”. A respeito, o potente Mossad, que é o serviço de espionagem de Israel, detectou, para o vindouro 27 de janeiro, um forte empenho voltado à mobilização, pelo planeta em especial no mundo árabe, para transformar em protesto essa data e mostrar a Shoá dos palestinos.


Para se ter idéia, em Barcelona o governo catalão já suspendeu, na sexta-feira passada, a cerimônia oficial do 27 de janeiro para evitar confrontos. No ano passado, em Barcelona, houve um concerto com músicas hebraicas na praça do Rei e corredores com centenas de velas acessas.

Ao que parece, essa foi a principal alavanca a mover o governo do demissionário e desprestigiado premier Olmert a suspender unilateralmente as ações bélicas, deixada a porta aberta para uma volta, se o Hamas continuar a se armar e arremessar foguetes e mísseis contra Israel.


O excesso e a desproporcionalidade da reação de Israel, a tornar ilegítima a defesa contra as provocações do Hamas, gerou manifestações de repúdio mundo afora. Havia, evidentemente, outros caminhos para a reação, como já exposto em outros “posts” deste blog.


Lembram os filósofos tomistas que uma guerra só se justifica quando exauridas todas as alternativas pacíficas e percorridos todos os caminhos para evitar o confronto. Assim, o 27 de janeiro próximo, –no caso de uma guerra ainda em curso na faixa de Gaza e com mais mortes de civis inocentes–, arriscaria Israel de colher uma repulsa planetária e um desprezo (embora injustificado) à tragédia do Holocausto, negado absurdamente por fanáticos como o desequilibrado e desinformado presidente do Irã.





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