quarta-feira, agosto 12, 2009


Navegando por aí, encontrei este texto, de autoria de Por Antonio Carlos Prado, editor de A SEMANA, e publicado na Revista Isto É Online, hoje:


A cidadã Paula Thomaz está dando uma aula para o Brasil. Está ensinando o quanto alguns segmentos da sociedade (a minoria, felizmente) continuam a ser hipócritas. Paula Thomaz assassinou em 1992 a atriz Daniella Perez. Dentro do Estado de Direito foi condenada a dezoito anos e seis meses de prisão. Dentro do Estado de Direito teve a sua pena reduzida para quinze anos porque tinha menos de vinte e um anos quando ocorreu o fato. Dentro do Estado de Direito obteve o benefício de progressão da pena para liberdade condicional porque cumpriu mais de um terço de sua condenação.A hipocrisia: um grupo de estudantes da Faculdade Cândido Mendes (Rio de Janeiro, bairro de Ipanema) não quer que Paula Thomaz divida com eles o curso de Administração. O grupo é liderado pela universitária Bárbara Ferrante, prima de Daniella Perez. Foram distribuídas camisetas com os slogans: "A assassina está entre nós", "Amanhã pode ser você", "Impunidade é isso". Vale rir ou vale chorar: mas até o famoso beijoqueiro emprestou solidariedade e pediu à direção da Faculdade que cancelasse a matrícula "dessa assassina". É melhor rir.

Paula Thomaz é uma cidadã, não deixou de sê-lo enquanto esteve presa, e não pode ser chamada de assassina - está cumprindo a pena e o cumprimento da pena zera os seus atos anteriores. Está cumprindo a pena que a Justiça lhe impôs e a Justiça existe para isso: intermediar os conflitos, não permitir o pior dos crimes que é a justiça com as próprias mãos (será isso o que quer o grupo que a está execrando e banindo-a do convívio social?). Mais: o que significa "Amanhã pode ser você"?. Estão querendo dizer que ela vai matar de novo? Estão acusando ou julgando Paula Thomaz por algum delito eventual? Se for assim, isso sim é crime, porque fere o princípio constitucional da presunção de inocência. Ou quem sabe gostariam de conduzi-la às portas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e apedrejá-la e mandá-la ao ostracismo?

Agora, vamos à aula que a cidadã Paula Thomaz está dando à sociedade. A prima da atriz, a jovem Bárbara Ferrante, disse à imprensa: "Se somos obrigados a conviver com essa assassina, ela terá de conviver com o crime que cometeu e estaremos aqui diariamente para lembrá-la". Engano: Paula Thomaz tem o direito de frequentar o curso universitário que bem entender desde que esteja apta para nele ingressar. E daqui para frente, quem se sentir incomodado é que deve mudar-se. E Paula Thomaz tem o direito de permanecer onde está porque a sociedade que ergue penitenciárias apregoa que tais instituições têm a função punitiva e a função pedagógica. O cinismo e a hipocrisia são tais que na hora que a condenada volta a estudar atira-se no lixo a função pedagógica e pretende-se perpetuar o caráter da punição.



Meu comentário:

Li seu artigo, intitulado A cidadã Paula Thomaz merece respeito, e confesso que não concordo com você em muitos pontos, inclusive o do respeito, já que Paula, como assassina que foi, não teve o menor respeito por sua vítima. Seria muito sangue frio, uma parente de uma vítima, estudar no mesmo local que a assassina de sua parente, sem sequer tocar no assunto e se revoltar, afinal Paula passou pouco tempo na cadeia e já goza de todos os direitos de uma 'cidadã', direitos negados pelos assassinos de Daniella Perez, aliás, perdendo o direito até a própria vida.

Por outro lado, a Justiça a condenou, ela cumpriu a pena, mesmo que tenha sido curta, e está solta por direitos constitucionais. Isso ninguém pode tirar de Paula.

Atenciosamente
Vicente Adeodato
Assessor de Informática


Um comentário:

Anônimo disse...

sabe o que eu sugiro que ela mate algeum da familia deste merda qu coloca uma disposição de impunidade a uma mulher assassina ai queria ver a cara dele
e sugiro investigar a vida dele tbm pois pessoas com ideias assim ...