sexta-feira, maio 15, 2009

Seminário Comida Ceará

Peixe assado com baião e farofa, uma tradição cearense


Depois de uma avalanche de informações e de imagens inspiradoras, trazemos ao leitor um pouco do riquíssimo material apresentado no Seminário Comida Ceará, ocorrido nos últimos dias 12 e 13. O evento apresentou os primeiros resultados do projeto “Comida Ceará”, que por sua vez tem como objetivo fazer um levantamento etnográfico sobre os sistemas alimentares do Estado. Por “sistemas alimentares” entenda-se não apenas o que se come, mas onde, quando e com quem se come, modos de preparo, ingredientes e e rituais - das festas tradicionais ao mais banal cotidiano. Enfim, tudo que envolve a grande aventura de transformar alimentos em comida e, em seguida, degustá-la.

Promovido pelo Memorial da Cultura Cearense (divisão do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura - CDMAC), com recursos do Governo do Estado do Ceará e apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), o projeto é coordenado por Valéria Laena, diretora de Museus do CDMAC, e pelo antropólogo Raul Lody, reconhecido por seu trabalho voltado aos temas da alimentação. De julho a dezembro de 2008 foram 32 municípios visitados, 192 pratos registrados e cerca dez mil fotografias, além de registros sonoros e escritos e vários utensílios coletados. O material deve render, ainda este ano, duas publicações e, em 2010, uma exposição no Memorial. Paralelamente, a pesquisa de campo continua ao longo de 2009 - a meta é visitar a região dos Inhamuns, os Litorais Leste e Oeste, o Vale do Jaguaribe e o Apodi.

Do prosaico bulim até delicados filhóis e anfinis, passando pelos torresmos e os fartes de Sobral, o doce de buriti e a farinhada de Guaraciaba do Norte e a paçoca de Itapajé, o projeto “Comida Ceará” nos mostra quão rica e diversa é nossa culinária, quiçá quão pouco sabemos sobre ela. Mais do que isso, os registros evidenciam a comida enquanto uma manifestação privilegiada e fundamental de cultura. Somos aquilo que comemos, ao passo que somos também mulheres e homens, urbanos e rurais, excluídos e abastados, em um verdadeiro caldeirão - por vezes literal.


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