Pesquisando sobre um assunto que quero escrever, encontrei essa serie de reportagens à respeito do aumento da violencia no campo e a facilidade de encontrar e pagar um pistoleiro para tirar a vida de alguem, que me deixou pasmado. Vejam vocês:
A primeira reportagem é de autoria de Sandra Kiefer, do Midia Independente.
Tabela de preço para matar
Fazendeiros do Pontal do Triângulo estão pegando em armas para demarcar, por sua própria conta e risco, os limites da reforma agrária na região. A um estalar de dedos, é possível formar milícia armada de 30 a 100 jagunços, contratados para limpar a área ou seja, expulsar os sem-terra das fazendas já ocupadas ou até aplicar corretivo para desestimular novas invasões. Matar um invasor custa R$ 500 por cabeça.
Dar tiros de metralhadora rente aos acampamentos, atear fogo às barracas de lona e fazer sucessivas ameaças de morte são algumas das estratégias detectadas nos boletins de ocorrência registrados pela 10ª Companhia Independente de Polícia Militar de Ituiutaba. De acordo com um fazendeiro, que mantém escritório no centro de Ituiutaba, a maior cidade do Pontal do Triângulo, a contratação dos serviços de segurança de um pistoleiro custa R$ 50 por dia.
Nem sempre eles são homens treinados para matar. Boa parte está estreando agora na profissão, que paga quase seis vezes mais do que pegar na enxada. O trabalhador comum ganha R$ 8, em média, no roçado de cana. Matar custa mais caro. A empreitada sai a R$ 500.
O pacote inclui retirar os sem-terra das fazendas e dar um susto para que eles desistam de voltar ao local. Até agora, sem deixar rastro. Nenhuma morte de sem-terra foi registrada nos boletins policiais.
Tem de ser um serviço bem-feito para bater bastante nesses vagabundos, mas tomando cuidado para não morrer ninguém. A hora em que surgir um mártir vai ser ruim para todo mundo", afirma o fazendeiro.
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