quinta-feira, junho 25, 2009

“Roubamos, sim. Mas o doutor Fulano diz que somos inocentes”

Claudio Weber Abramo escreveu:

Há tempos, no Brasil, o assunto político mais constante tem sido a corrupção. É impossível abrir um jornal ou assistir a um noticiário de rádio ou TV sem se deparar com alguma nova falcatrua. A invasão dos picaretas é de tal ordem que política, no Brasil, virou sinônimo de caso policial.

O banco de dados do projeto Deu no Jornal, da Transparência Brasil, que desde janeiro de 2004 recolhe notícias sobre corrupção publicadas nos principais jornais de todo o país, registra a eclosão de uma média de 3,7 novos desses casos por dia.

Isso significa 1350 novas maracutaias por ano. Não são matérias (o banco de dados registra mais de 250 mil delas), mas casos. E essas são apenas as descobertas. Imagine-se o que não é descoberto.

Trata-se de roubalheiras de todo tipo, do prefeito que direciona licitações contra a recepção de uma propina à descoberta de mais uma picaretagem cometida por algum conselheiro de Tribunal de Contas, passando por nepotismo, nomeações secretas no Senado, farra de passagens aéreas na Câmara dos Deputados e por aí vai, num rol aparentemente infinito.

Os praticantes mais deletérios de corrupção são, naturalmente, os políticos. Eles se tornam cada vez mais ousados em sua desfaçatez. São exemplares os casos do Senado e da Câmara, em que a ilegalidade se transforma em legalidade por decisão dos próprios implicados, fundada no parecer de algum advogado comprado sob encomenda.

O que os políticos estão nos dizendo, com uma cara dura cujos limites se expandem sem pejo, é que “Roubamos, sim. Mas o doutor Fulano diz que somos inocentes.”

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Amigos, chegou ao fundo do poço nosso Congresso Nacional. Mas a culpa é toda nossa, afinal fomos nós mesmos que botamos esta corja lá.

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