segunda-feira, setembro 08, 2008

Disse tudo


De todas as reformas que o Brasil precisaria realizar de verdade, como a tributária e a política, a que talvez tivesse maior poder simbólico é a do sistema jurídico-prisional. Não há nada que traduza tão bem - ou tão mal - o atraso mental brasileiro. Em muitos e muitos aspectos ele é a expressão do Brasil velho: oligárquico, cartorialista, antidemocrático, barroquizante. Todas as respostas às perguntas atuais mudam de peso por sua conta. Por exemplo: o Brasil é um país racista? Seus tribunais e prisões, sem dúvida. Discriminação de cor, sexo e origem é rotina nesses ambientes.


Não espanta que qualquer brasileiro, principalmente os mais pobres, identifica num juiz a própria figura do privilégio, a própria encarnação do acesso quase impossível ao arbítrio equilibrado. Mais que os políticos, mesmo sendo "tudo ladrão" para a maioria, os magistrados e delegados é que simbolizam a "otoridade", a casta que vive numa esfera de impunidade, à base de carteiradas, celas especiais, honorários polpudos, etc., como os coronéis nas histórias de Jorge Amado. Vide Lalau, o juiz que desviou dezenas de milhões de dólares da obra de um tribunal e, apesar do salário de servidor público, tinha apartamentos em Miami e alhures. E que cumpre pena em regime domiciliar.


Leia a matéria de Daniel Piza completa aqui

Nenhum comentário: