Saiu no Noblat:
De Lula no Piauí, onde participou de inaugurações de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC):
- Tô cansado de ver nordestino ser tratado como pedreiro. Quero o nordestino como engenheiro, como médico. Quero o nordestino disputando as melhores vagas. Precisamos parar de andar de cabeça baixa, levantar a cabeça. Queremos ser tratados com igualdade de condições.
Acho que declarações como essa do Lula é que mostram como o próprio Lula é preconceituoso contra os sulistas.
Não podemos de maneira alguma deixar de reconhecer o valor dos nordestinos nem dos sulistas, e Lula, tem muito nordestino engenheiro e médico. Aliás, aqui no Ceará tem médico e engenheiro saindo pelo ladrão e ninguem aqui anda de cabeça baixa não!
Um comentário:
Vicente, acesso seu blog desde o início. Gosto dos seus textos, e da pessoa que você transparece.
Realmente, este pensamento do Lula reflete a visão que ele cimentou em seu consciente, decerto de quando migrou para São Bernardo. Hoje em dia, a coisa mudou muito. E, de fato, alguns dos meus melhores amigos são nordestinos. Aliás, particularmente, acho os mineiros e nordestinos mais sinceros e amigos, que os próprios paulistanos da gema.
Mas, realmente ... o que ele quis dizer? Disputar as melhores vagas? Aonde? No Sul/Sudeste? Para quê? É fato mais que claro que existem excelentes profissionais formados no Nordeste. Mas este profissional tem de ter espaço e ser valorizado em sua própria terra, concorda?
Estigmatiza a posição do Nordeste, este tipo de pensamento e colocação não serve para elevar o moral do querido povo nordestino, e, sim, para humilhá-lo ainda mais. Não seria, então, o próprio Lula preconceituoso com seu povo?
A revelia do Nordeste, ainda temos regiões, como a Norte e a Centro-Oeste, onde carece-se de profissionais qualificados, várias cidades, que se desenvolveram com a criação do Estado do TOcantins, e mesmo Goiás e Mato Grosso, caçam profissionais nas outras regiões, porque os filhos da terra buscam colocar-se no Sul/Sudeste. É abrindo o campo e oportunidades nas demais regiões, que se conseguirá o pleno desenvolvimento. Mas tudo isso é consequência de investimento, principalmente na EDUCAÇÃO.
Por exemplo, o regime de cotas serve mais como um método de estigmatização do que uma medida revolucionária. Está certo que existem regimes de cotas em lugares como os EUA, para os nativos (índios). Mas esta é apenas uma tentativa de cobrir a necessidade, de uma parcela da população, que teve escola pública ruim, de entrar na faculdade.
Eu estudei a vida toda em escola pública, inclusive, até a Universidade. Mas sou fruto de uma época onde o ensino estadual era sério, e formava. Este, de agora, premia assiduidade, com mochila e tênis, mas passa todo mundo de ano, sem o aprendizado. O resultado? Analfabetos no ensino médio. Seria uma variante, pois, dos espelhinhos e cortes de fazenda, que davam aos índios, em troca de suas almas?
Se o Presidente fala para o Nordestino ir atrás, estudar, se formar, deve ter em mente que o alicerce é a educação forte e rígida, desde a primeira escola. O resto, é consequência.
Abraço.
Paulo MOnteiro
Santos/SP
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