O impressionante texto abaixo é de autoria de Eduardo Militão e Erich Decat
Cidadão não tem benefícios que Heráclito Fortes ofereceu à filha de Guilherme Sodré, o Guiga, um dos investigados na Satiagraha
Diferentemente da filha do publicitário Guilherme Henrique Sodré Martins, suposto lobista do banco Opportunity e um dos investigados na Operação Satiagraha, a maioria dos brasileiros não tem nenhuma “colher de chá” na hora de obter um visto para os Estados Unidos.
Segundo a embaixada ameri-cana, ninguém consegue viajar para o país de maior economia do mundo se não desembolsar entre R$ 250 e R$ 400 e esperar pelo menos três meses. Estudantes podem obter a autorização de viagem em três dias. Nada disso, porém, garante que o visto será liberado.
Com a filha de Guilherme Sodré, o Guiga, foi diferente. Segundo admitiu o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, ele ofereceu uma “grande ajuda” à filha do amigo para que ela obtivesse o visto mais rapidamente. “Eu liguei na embaixada e pedi para antecipar a audiência”, afirmou Heráclito à Folha de S.Paulo.
Um grampo telefônico autorizado pela Justiça mostra que, em 27 de março, Guiga agradece os serviços prestados por Heráclito na embaixada. “Todas as pendências foram resolvidas”, disse o publicitário para o senador. Segundo Heráclito, a conversa não tratou nada relacionado ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, mas apenas "uma questão de amizade".
Questionado pelo Congresso em Foco, o senador evitou comentar se sua posição como presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado o impediria de fazer esse tipo de favor a amigos. "Fui orientado por meus advogados para não falar sobre isso", afirmou.
A reportagem pediu os detalhes do trâmite para antecipar a entrevista da filha de Guiga. “Você quer envolver a embaixada dos Estados Unidos?”, respondeu Heráclito, antes de desligar o telefone.
DETALHE: Amigo do senador do DEM, Guiga é apontado no relatório da Operação Satiagraha da Polícia Federal como lobista do grupo Opportunity. Em grampos telefônicos autorizados pela Justiça, ele demonstra que seu trânsito no Congresso ajudava os negócios do grupo do banqueiro Daniel Dantas, um dos presos pela polícia.
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Agora tá explicado para que serve um Senador aqui no Brasil!
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