segunda-feira, julho 21, 2008

Racha 2 - PF


Texto de Vannildo Mendes e Vera Rosa


O furacão institucional causado pela Operação Satiagraha - na qual o banqueiro Daniel Dantas foi acusado de lavagem de dinheiro, entre outros crimes -, além de colocar dois Poderes da República em rota de colisão, deixou a descoberto a existência de duas polícias federais, uma comandada pelo diretor-geral, Luiz Fernando Correa, e outra pelo ex, Paulo Lacerda, que hoje chefia a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).


Os dois ensaiaram uma ruptura ao longo da semana, mas recolheram as armas, com a entrada em cena de bombeiros do Palácio do Planalto. Correa tirou dez dias de férias e Lacerda trouxe de volta os arapongas que havia emprestado ao delegado Protógenes Queiroz, encarregado da operação.O maior problema é que a disputa se refletiu na base e revelou uma categoria perigosamente dividida em torno desses dois pólos de poder.


Na sexta-feira, os representantes das principais entidades da categoria se digladiaram em debates públicos na mídia e nos sites corporativos. Um grupo de mais de 400 delegados divulgou manifesto pela volta de Protógenes ao comando da Satiagraha e de repúdio ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que mandou soltar o banqueiro Daniel Dantas e outros acusados de lavagem de dinheiro.


Crítico dos métodos, que chama de "espetaculosos", usados pela PF nas operações, Mendes foi o primeiro a se insurgir contra "abusos de poder" que identificou em Protógenes. Mas vários outros segmentos da sociedade se manifestaram contra a atuação do delegado. A começar pela própria direção da PF, que o acusou de "insubordinação" e abriu dois procedimentos administrativos para apurar desvios de conduta.


Há queixas contra privilégio que Protógenes teria dado à TV Globo nas filmagens da operação. Ele teria também avançado sobre direitos profissionais ao acusar advogados. Os advogados dos acusados se queixam de que Protógenes lhes sonegou o direito de tomar conhecimento dos autos para fundamentar a defesa, como prevê a Constituição. A queixa mais grave, todavia, diz respeito à técnica investigativa, por ele ter compartilhado com arapongas da Abin acesso a dados do inquérito que estavam sob segredo de Justiça.


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