quinta-feira, maio 11, 2006

Compramos o Acre à Bolivia pelo preço de um cavalo


Evo Morales foi duramente criticado pela imprensa brasileira por não ter conversado com o Presidente Lula sobre as suas intenções de nacionalizar o gás boliviano. Como se ele tivesse de dar satisfação a alguem de suas ações governamentais.

Não vou nem comentar sobre isso, vejam apenas trechos de declarações, que Evo Morales deu hoje, na 4ª Cúpula América Latina, Caribe e União Européia em Viena, e tirem suas próprias conclusões:

"Nos últimos dias antes da nacionalização procurei por todos os lados para conversar com meu companheiro Lula, mas foi difícil encontrá-lo"

"Penso que alguns colaboradores de Lula me bloquearam para que pudesse encontrar o companheiro Lula. Porém, quando nacionalizamos, rapidamente me convocaram. Foi totalmente diferente."

"Não tenho por que perguntar, consultar sobre políticas soberanas de um país".

"Eu disse na campanha, quando fui eleito, que ia nacionalizar. O programa era público."

"Com o Brasil, temos falado bastante e não concretizamos absolutamente nada."

O pior foi depois: Morales teria dito que, a Petrobras "agiu ilegalmente" no país, não só operando sob contratos "inconstitucionais", mas também praticando evasão fiscal e até contrabando. Os contratos foram negociados "secretamente", à margem da população boliviana, que só teria ficado sabendo sobre o que tinha acontecido com os recursos naturais do país nos anos 90.

E finalizou com essa: "Os brasileiros trocaram um Acre por um cavalo"

O Brasil vem explorando de forma selvagem a Bolivia por mais de 100 anos. Sem escrupulos e sem a devida preocupação com os bolivianos. Agora é tudo diferente. Acabou. Não adianta espernear.

O Brasil não vai ser convidado, aliás nem sequer será cogitado a participar da ajuda à estratégia de crescimento da Bolivia por razões óbvias. A Venezuela é quem comandará. E ponto final!


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