O meu amigo Elino Flávio mandou mais esta. É um texto do Zuenir Ventura. Leiam com bastante atenção e reflitam como as verdades são duras e não poupam ninguém:
"Quando olhamos para esse Congresso que os mais experientes observadores
consideram dos piores de nossa história, nos espantamos e tendemos a perguntar como nós, tão éticos, honestos e íntegros, fomos capazes de elegê-lo? Consideramos imensa a distância moral que separa a sociedade dos que a representam. Decididamente, nos achamos muito melhores do que os vereadores, deputados e senadores em quem votamos. Se estivéssemos em seus lugares, o país estaria muito melhor, evidentemente. Será? Será que na realidade não temos os políticos que merecemos?
Numa pesquisa recente para saber se o eleitor é “vítima ou cúmplice” da
corrupção política, o Ibope respondeu de alguma maneira aquelas questões, e as
respostas não são nada animadoras. No fundo, a maioria agiria do mesmo modo.
Diante da relação de 13 atos ilícitos do dia-a-dia — tais como, por exemplo,
dar gorjeta para se livrar de multa, sonegar impostos, comprar produtos
piratas, apresentar atestados médicos falsos no trabalho ou na escola, entre
outros — 69% dos entrevistados admitiram já ter praticado pelo menos uma dessas
bandalhas.
Tolerantes em relação às próprias transgressões, eles não esconderam que, se
tivessem oportunidade, praticariam também as irregularidades que condenam nos
parlamentares e governantes. Assim, 75% dos entrevistados cometeriam uma das
infrações morais propostas em uma outra lista contendo 13 atos ligados à
política e ao poder, como trocar de partido por dinheiro, contratar sem
licitação, escolher parentes para cargos de confiança, aproveitar viagem
oficial para lazer, aceitar gratificação, usar caixa 2 em campanha,
superfaturar obras públicas e desviar o dinheiro para o patrimônio pessoal,
contratar funcionários fantasmas, votar a favor do governo em troca de cargo.
A ambigüidade e o relativismo ético se manifestam com mais freqüência quando
as ações envolvem familiares e amigos, confirmando o princípio de que “para os
amigos tudo, para os inimigos a lei”. Achando legítima a nomeação de parentes
para cargos de confiança, 69% aceitam, portanto, como natural o nepotismo,
enquanto 43% admitem aproveitar viagens oficiais para lazer próprio e da
família.
Ao realizar essa pesquisa inédita, o Ibope quis propor uma reflexão sobre até
que ponto os nossos problemas éticos “estão de fato concentrados nas elites e
lideranças ou se trata de uma conduta social presente em todas as camadas e
grupos de nossa sociedade”. É mesmo uma boa hora para autocrítica e reflexão,
principalmente sobre a parte que nos toca a nós, cidadãos e eleitores. Não dá
para tirar o corpo fora".
É uma bofetada!
consideram dos piores de nossa história, nos espantamos e tendemos a perguntar como nós, tão éticos, honestos e íntegros, fomos capazes de elegê-lo? Consideramos imensa a distância moral que separa a sociedade dos que a representam. Decididamente, nos achamos muito melhores do que os vereadores, deputados e senadores em quem votamos. Se estivéssemos em seus lugares, o país estaria muito melhor, evidentemente. Será? Será que na realidade não temos os políticos que merecemos?
Numa pesquisa recente para saber se o eleitor é “vítima ou cúmplice” da
corrupção política, o Ibope respondeu de alguma maneira aquelas questões, e as
respostas não são nada animadoras. No fundo, a maioria agiria do mesmo modo.
Diante da relação de 13 atos ilícitos do dia-a-dia — tais como, por exemplo,
dar gorjeta para se livrar de multa, sonegar impostos, comprar produtos
piratas, apresentar atestados médicos falsos no trabalho ou na escola, entre
outros — 69% dos entrevistados admitiram já ter praticado pelo menos uma dessas
bandalhas.
Tolerantes em relação às próprias transgressões, eles não esconderam que, se
tivessem oportunidade, praticariam também as irregularidades que condenam nos
parlamentares e governantes. Assim, 75% dos entrevistados cometeriam uma das
infrações morais propostas em uma outra lista contendo 13 atos ligados à
política e ao poder, como trocar de partido por dinheiro, contratar sem
licitação, escolher parentes para cargos de confiança, aproveitar viagem
oficial para lazer, aceitar gratificação, usar caixa 2 em campanha,
superfaturar obras públicas e desviar o dinheiro para o patrimônio pessoal,
contratar funcionários fantasmas, votar a favor do governo em troca de cargo.
A ambigüidade e o relativismo ético se manifestam com mais freqüência quando
as ações envolvem familiares e amigos, confirmando o princípio de que “para os
amigos tudo, para os inimigos a lei”. Achando legítima a nomeação de parentes
para cargos de confiança, 69% aceitam, portanto, como natural o nepotismo,
enquanto 43% admitem aproveitar viagens oficiais para lazer próprio e da
família.
Ao realizar essa pesquisa inédita, o Ibope quis propor uma reflexão sobre até
que ponto os nossos problemas éticos “estão de fato concentrados nas elites e
lideranças ou se trata de uma conduta social presente em todas as camadas e
grupos de nossa sociedade”. É mesmo uma boa hora para autocrítica e reflexão,
principalmente sobre a parte que nos toca a nós, cidadãos e eleitores. Não dá
para tirar o corpo fora".
É uma bofetada!
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